quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Brizola e a Escola Agrícola de Viamão (RS)

"... E Brizola sempre sob o estímulo de sua mãe, continuou os estudos, passou no exame de admissão ao ginásio em primeiro lugar e conseguiu, finalmente, do Prefeito de Carazinho, Albino Hillebrand, uma passagem de 2 classe e uma carta de recomendação para matricular-se numa escola técnica de Porto Alegre a uma distancia por trem de cerca de 600 km.

...  Precisava estudar e a escola era um internato distante, em Viamão. O Diretor se comoveu com seu esforço, com seu desejo de estudar e naquela situação de pobreza e o autorizou a residir no prédio da escola, antes do começo das aulas, dando-lhe inclusive algum dinheiro para comprar enxoval (lençóis, toalhas, etc.) e outras despesas. Brizola tinha 14 anos e, só então, ao ter que apresentar a certidão de nascimento para a matrícula, verificou que ainda não era registrado.

Aos 17 anos Brizola completou o curso, obtendo um diploma de técnico rural. Praticamente sem dinheiro, viajou para Porto Alegre, hospedou-se numa modesta pensão e começou a procurar trabalho, até que um dia conseguiu emprego como operário, auxiliar de montagem, numa refinaria de óleo... A ele, com o diploma de técnico rural, restava pelo menos a chance de prestar um concurso para o Estado, depois que fizesse 18 anos.

O concurso Brizola prestou. Não para o Estado do Rio Grande do Sul, mas para o Ministério da Agricultura. Ganhou o cargo de fiscal de moinhos, do qual pederia demissão, para voltar a Porto Alegre, onde começou como jardineiro da Prefeitura e ascendeu na carreira...".

Moniz Bandeira
Brizola e o Trabalhismo

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