A data que leva a sociedade brasileira a festejar o dia 05 de novembro com homenagens e manifestações aos Técnicos Agrícolas tem no seu histórico uma trajetória de muito trabalho e muita luta, que até hoje persiste para vencer os obstáculos que dificultam o exercício da profissão, e que no ano que vem comemora 100 anos. É, sem dúvida, uma dia de muita festa, mas também de reflexão para os caminhos a serem trilhados.
Este ano o nosso país foi palco de uma grande disputa para eleger inúmeros candidatos aos cargos no Executivo e Legislativo, nas esferas Federal e Estadual. Dois temas que não puderam faltar nos programas de governo e que foi ouvido nos discursos dos dois principais candidatos a Presidência da República: a valorização da agricultura e o incentivo ao Ensino Técnico.
No entanto, é necessário separar o discurso da prática. Enquanto os candidatos buscavam apoios eleitorais, alardeando metas para a formação profissional, esqueceram de discutir que o atual modelo implantado pela SETEC-MEC, de cima para baixo, nas Escolas Federais de Ensino Agrícola, estão descaracterizando a profissão de Técnico Agrícola.
Centenas de jovens Técnicos Agrícolas são formados todos os anos nas diversas regiões do país e muitos dos quais não têm conhecimento de conceitos elementares da legislação profissional, tampouco estudam, nas Escolas, disciplinas que contemplem as atribuições que regulamentam a profissão.
Apesar de todas dificuldades enfrentadas na formação escolar, das constantes tentativas do corporativismo do CONFEA e CREA’s de frear o exercício das atribuições profissionais, os Técnicos Agrícolas, através de suas representações, têm buscado apoios no Judiciário para superar os obstáculos.
O dia 05 de novembro de 1968, não pode ser esquecido pelos mais de 300 mil Técnicos Agrícolas, distribuídos em todos os recantos do país, pela atitude pioneira do Presidente Artur da Costa e Silva de sancionar a Lei nº 5.524, que dispõe sobre o exercício da profissão, e pela firmeza dos Presidentes João Batista Figueiredo (1985) e Fernando Henrique Cardoso (2002), que regulamentaram a profissão pelos Decretos nº. 90.922 e 4.560, respectivamente, dando sentido material para que o Técnico Agrícola possa exercer suas atribuições em igualdade com outras profissões.
Uma pergunta que deveria ser feita por todos os brasileiros: “Você já almoçou hoje? Então agradeça ao produtor rural e também aos Técnicos Agrícolas que estão lado a lado com o homem do campo na produção de alimentos”.
Finalizando, podemos afirmar com segurança que sem o trabalho permanente dos Técnicos Agrícolas, o Brasil não seria o celeiro agrícola que é hoje, produzindo para abastecer o mercado interno e ainda gerando divisas com as exportações, que marcam sobremaneira a nossa balança comercial, graças a fortaleza do setor primário.
O Movimento Nacional dos Técnicos Agrícolas, representado pela FENATA e, nos Estados, pelos Sindicatos e Associações, deseja a todos os Técnicos Agrícolas brasileiros uma feliz comemoração pelo seu dia.
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